terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Massacre

 Um dia desses, houve um massacre de 56 pessoas num presídio em Manaus/AM. Depois mais 31 presos foram mortos em Boa Vista/RR. Em seguida, 26 detentos morreram num presídio do estado do Rio Grande do Norte.
Anos atrás, tinha sido a vez de São Luís/MA, onde cerca de 60 presos morreram somente no ano de 2013, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça.
De lá pra cá, mais presidiários morreram, mas os números mencionados já são suficientes para se ter ideia do tamanho do problema que vive o sistema penitenciário brasileiro.
Você já ouviu falar que houve algo parecido em algum outro país? Mesmo em países mais pobres da África ou nos nossos vizinhos aqui da América do Sul, eu sinceramente não consigo lembrar de massacres em presídios ordenados por bandidos presos.
Ou seja, o Brasil, pelo menos até onde eu sei, é o único país do mundo que não consegue prevenir que bandidos presos ordenem o assassinato de integrantes de facções rivais. Na verdade, eles comandam muito mais coisas, inclusive o tráfico de drogas e mortes de policiais e testemunhas.
Talvez eu esteja muito desinformado, mas, mesmo que isso aconteça em dois ou três outros países por aí, ainda assim a situação do Brasil não melhora em nada.
E nessas horas algumas pessoas chegam a dizer:
– Deixe que eles se matem mesmo. Se eu pudesse, tocava era fogo nesses presídios.
E aqui poderíamos tratar de pena de morte, direitos humanos e tantas outras coisas relacionadas, mas não é o foco desse pequeno texto.
Mas só pra esclarecer um detalhe: alguns desses presos mortos, estavam cumprindo prisão por pequenos furtos e delitos de baixa gravidade. Será que eles mereciam morrer só porque estavam presos?
Na verdade, a questão que quero focar aqui é que essa situação é vergonhosa para o nosso país. Se o Estado não consegue controlar os bandidos presos, imagina os que estão soltos por aí?
Mas parece que as autoridades responsáveis não estão muito preocupados com isso, afinal a maioria deles só se preocupa com reeleição, propina e viagens pro exterior.


Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação. […] o sangue anda solto, manchando os papéis […] Terceiro mundo, se for. Piada no exterior.” Trecho da música Que país é esse da banda Legião Urbana.




segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Algo romântico (ou nem tanto)

Numa festa de som automotivo, Breno e seus amigos começaram a beber e algumas garotas foram convidadas e se juntaram a eles. Depois que pagaram alguns combos de bebida, tudo parecia que se encaminharia para um final feliz para os garotos. Nessa noite, eles iam se dar bem, mas não foi bem isso que aconteceu.
No final da noite, só Breno conseguiu descolar um beijinho e o número de telefone de Natasha. Os outros três ficaram de mãos abanando, pensando no que tinham feito de errado.
Breno, então, começou a se comunicar com Natasha por meio de um aplicativo de mensagens de celular, mas ela dificultava um segundo encontro, afinal ela não saía muito e era uma moça de família.
Ele não ia desistir tão fácil e, depois de um pouco de insistência, ela aceitou e eles se encontraram no mesmo local e naquela noite eles começaram a ficar.
Ele, que não tinha sorte nos relacionamentos, parecia ter encontrado a sua amada. Logo começaram a sair nos finais de semana, pois ela morava longe e estava quase sempre ocupada durante a semana.
Ele gostava muito da companhia dela e sempre queria estar ao seu lado. Então ele começou a comprar pequenos presentes, como flores, chocolates e ursinhos de pelúcia.
Breno tinha grandes planos para eles, mas ela parecia não estar preparada para tantos planos. Queria simplesmente uma companhia, alguém que a divertisse e a levasse para bons lugares, além de créditos no celular e outros mimos.
O coração de Natasha parecia pertencer a outro homem e Breno, mesmo com o alerta de seus amigos e familiares, não tinha percebido e parecia não querer ouvir nada que pudesse desabonar a boa fama de sua querida ficante.
Certo dia, quando ia fazer um pedido de namoro surpresa, ele viu Natasha sair da casa dela de mãos dadas com um rapaz, que a beijou logo sem seguida. Breno não sabia o que fazer, nem para onde ir. Seu coração disparou no peito, mas ele se controlou e decidiu ficar ali um pouco e ir pra casa quando se acalmasse.
Alguns dias depois, ela decidiu ligar para ele, afinal ele não respondia suas mensagens.
Acabou. Não quero te ver nunca mais – ele disse logo que atendeu. Ela tentou falar algo, mas ele já tinha desligado.
Aqueles dias não estavam sendo nada fáceis para Breno, que a todo momento queria responder às mensagens que ela continuava mandando. Mas ele teve força e determinação e cada vez mais tinha certeza que a sua sorte na vida amorosa logo mudaria.


You had my heart inside of your hand and you played it to the beat. [Você teve meu coração nas suas mãos e você brincou com a batida dele”. Trecho da música Rolling in the deep, da cantora Adele.