Johnny era chamado de cara de pau, mas ele não concordava com essa
expressão. Preferia que fosse conhecido como sincero, afinal ele
achava que falava a verdade, apesar de não ser politicamente
correto.
Como ele mesmo definia, certas verdades doíam e por isso muitas
pessoas tinham a impressão de que ele era um bad boy.
Johnny tinha uma ex-namorada que era muito bonita e simpática, mas
que ele não amava. Mas eles se encontravam de tempos em tempos e ela
não resistia à tentação de poder estar com ele e ela mesmo
marcava alguma coisa, sempre esperando que ele voltasse a sentir algo
por ela.
E nos momentos de intimidade ela pedia: diz que me ama. Mas
ele não dizia, apenas fazia alguns carinhos de forma delicada para
compensar.
Depois de ele ir embora, ela se sentia triste, depressiva, sozinha,
nervosa e angustiada. Certa vez, ela disse como se sentia e que ele
era o culpado.
- As emoções que você sente ou quer sentir só podem ser
atribuídas a você mesma – ele disse calmamente. – Te dou
carinho, atenção e prazer. Sempre te trato bem e te escuto.
Nunca te prometi nada. Então, não me culpe.
Mas ela não entendia que podia controlar as próprias emoções.
Queria que alguém a fizesse feliz. Colocava a sua própria
felicidade nas mãos de outra pessoa. Johnny era culpado? Era cara de
pau? Tinha prometido algo e não cumpriu? Certamente, a resposta só
pode ser negativa.
Se ela não queria se sentir assim, deveria saber que ele não
mudaria seus sentimentos por ela e partir pra outra, seguir outro
caminho.
E isso se repetia com outras mulheres, que também não entendiam que
os seus sentimentos não deviam depender daquele bad boy ou de
qualquer outra pessoa.
E Johnny era assim. Não enganava ninguém, não prometia nada e não
se culpava. Ele não escondia que era um garanhão, mas era um
garanhão sincero.
“Nunca permita que a sua felicidade dependa de algo que possa
perder.” Trecho da música Casino Boulevard, da banda Rosa de
Saron.