terça-feira, 23 de agosto de 2011

Matéria bombástica

Alguns dias atrás, Renato chegou em casa cedo e não tinha nada pra fazer. Foi ver televisão. E, no meio de tantos programas sem graça, achou um que considerou interessante. Era um desses programas que registram acontecimentos na área policial. 

Ele ficou impressionado com a história da mãe que abandonou seu filho recém nascido no depósito de lixo de uma empresa. Por sorte, um funcionário da empresa achou o bebê ainda vivo depois de dois dias naquela situação. O bebê foi levado ao hospital e sobreviveu. E a mãe? O noticiário informou que ninguém sabia seu paradeiro. Ela foi reconhecida por imagens registradas por câmeras da empresa, mas ainda não havia sido localizada pelos policiais.

Renato já estava quase esquecendo essa história, quando o jornalista, de modo chamativo e extravagante, informou que havia uma matéria bombástica que seria exibida em seguida, após os comercias, é claro.

E Renato aguardou ansiosamente os comerciais porque queria ver que matéria seria mais chamativa do que aquela do filhinho recém nascido abandonado pela mãe. Depois de fazer um pouco de suspense, o apresentador pediu para que sua equipe colocasse a matéria no ar.

E o que Renato viu o deixou insatisfeito. Ele esperava algo do outro mundo, algo realmente inesperado e original, mas a matéria era totalmente comum para os padrões do Brasil.

Era uma filmagem que mostrava um político bem conhecido recebendo propina de um empresário do ramo de licitações. A matéria focava o momento em que o político colocava o dinheiro na cueca.

Renato, indignado com o apresentador, desligou a televisão e foi ouvir um programa de piadas no rádio.

“Vamos celebrar a estupidez humana. [...] Vamos celebrar os preconceitos, o voto dos analfabetos.” Perfeição – Legião Urbana.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Bebida

Era um dia normal, um dia como qualquer outro. Gustavo resolveu sair com os amigos. Eram umas duas horas da tarde e eles decidiram beber um pouco.

Lá pelas cinco da tarde, quando eles já tinham bebido e se divertido bastante, Gustavo decidiu que queria ir para outro lugar; beber mais um pouco.

Os seus amigos não queriam deixar Gustavo dirigir, afinal ele tinha bebido demais, mas Gustavo insistiu tanto que seus amigos deixaram.

Enquanto isso, algumas crianças brincavam de bola numa rua distante e sem muito movimento. Elas se divertiam com a sua inocência ainda intacta.

Gustavo saía do bar em que estava e trafegava no seu carro novo pelas ruas da cidade a toda velocidade. Ele não costumava fazer isso. Era um sujeito comportado e pacato, mas quando bebia ficava impulsivo e descontrolado.

A mãe de Leonardo, uma das crianças que brincava de bola, gritou:

- Menino, vem pra casa. Sai do meio da rua.

E Leonardo saiu da rua no instante em que Gustavo dobrou e colidiu com três crianças, que morreram no mesmo instante. O impacto foi tão forte que as crianças foram arremessadas a dezenas de metros de distância. 

Enquanto Gustavo fugia, ninguém se lembrou de anotar a placa do carro porque estavam muito preocupados em socorrer os garotos acidentados.

Naquele momento a dor era maior. Havia um desespero no ar. Os culpados podiam esperar. Logo seriam identificados, pois o carro de Gustavo era o único do modelo na cidade.

“São as pequenas coisas que valem mais. É tão bom estarmos juntos. Tão simples: um dia perfeito.” Um dia perfeito – Legião Urbana.

terça-feira, 12 de julho de 2011

De você

De você

Hoje não quero falar de você.
Estou tentando te esquecer.
E por isso devo escrever
sobre o futuro, o envelhecer

ou sobre a violência constante,
a impunidade incessante,
a morte tão temida,
a dor de uma despedida.

Ou sobre a política nacional,
tudo sempre tão igual,
um partido conservador e outro liberal,
disputando um cargo federal

e as propinas e vantagens indevidas
e as secretárias cada vez mais atrevidas.
Não! Não quero falar dessa roubalheira.
Prefiro escrever sobre uma ratoeira.

E eu quase tinha esquecido:
o terrorismo, sem razão aparente,
transforma sonhos em concreto destruído,
vidas num mar de sangue quente.

Sobre muitas coisas posso escrever,
mas ainda não esqueci de você.


“Não me diga que o mundo anda mal, hoje eu nem quero ler o jornal. Só quero escrever uma canção de amor pra você.” Uma canção de amor pra você – Catedral.









quarta-feira, 15 de junho de 2011

Enquanto eu pensava em você

Enquanto eu pensava em você,
eu li trechos de um livro antigo,
eu fui lá fora espairecer.
O meu pensamento estava junto contigo.

Depois fui pagar uma conta no banco
e lá estava você no meu pensamento.
Mesmo quando me dá um branco,
você está em mim a todo momento.

Até quando estou trabalhando
ou numa reunião importante,
estou sempre lembrando.
Penso em você a todo instante.

Agora mesmo você está aqui,
dentro de mim, no meu coração.
Você é a mulher mais linda que já vi.
Por você a minha mente perde a razão.

“I loved you more than you'll ever know”. Blinde – Lifehouse.

sábado, 11 de junho de 2011

Laço

Era um dia como outro qualquer.
Tudo acontecia normalmente.
Gustavo não estava procurando mulher;
estava tentando apenas distrair a mente.

Mas tudo só acontece quando tem que acontecer.
Parece que está tudo programado.
Gustavo tinha que conhecer
a mulher que o deixaria apaixonado.

E, no momento em que seus olhares se cruzaram,
ele soube que ela era a mulher tão esperada.
Ela também compreendeu, e logo se apaixonaram.
Ela seria para sempre a sua amada.

E tudo aconteceu tão naturalmente.
Parece que algo os unia,
um laço os ligaria eternamente
e se apaixonariam a cada dia.  


“Meu coração é seu. Esquece o medo e vem. Não tem perigo de me perder, meu bem.”  Esquece o medo – Jorge e Mateus.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Um dia no Judiciário

Agenor, servidor da Justiça, chegou cedo ao trabalho, bateu o ponto, conversou um pouco com seus colegas, fez umas piadas sobre futebol e depois começou a trabalhar.
Era um dia normal e as pessoas chegavam para as suas audiências e lotavam as dependências do Juizado.
De repente, uma pessoa chegou, quase desesperada, perguntando quando seu processo ia ter um fim.
- Moço, o gás lá de casa acabou. Tô precisando desse dinheiro.
O servidor, muito calmo e tentando ser o mais claro possível, disse:
- Meu senhor, se você for depender do dinheiro desse processo para colocar gás na sua casa, sua família vai passar fome. Esse dinheiro, se sair mesmo, ainda vai demorar um poquin.
Enquanto Agenor falava, outro servidor achava graça da situação, caindo na gargalhada. E pensou se não fosse trágico, seria cômico.
O senhor não acreditou muito no servidor e decidiu que queria falar com o Juiz.
- Pois eu vou falar com o Juiz. Ele tem que resolver meu caso. É urgente. Eu tô precisando.
O servidor, ainda mantendo a calma, tentou esclarecer mais uma vez a situação:
- Meu senhor, você vê esses processos? – o servidor mostrou uma prateleira cheia de processos. – Todas essas pessoas estão precisando, talvez até mais do que o senhor.
- Mas o meu caso é urgente...
- Eu entendo, senhor. Eu vou tentar analisar o seu caso esses dias, mas não garanto que o senhor vá ganhar a causa. E, mesmo que o senhor ganhe, pode ser que demore um pouco para o senhor receber esse dinheiro. Eles podem recorrer, não pagar, retardar...
- Ô, meu Deus, eu pensei que esse dinheiro já tava garantido; já até comprei umas coisas confiando nesse dinheiro. O advogado me disse que essa a gente ganhava fácil...
- Ganhar é uma coisa. Pegar o dinheiro é outra coisa. Às vezes, tem gente que ganha, mas não leva. O senhor não devia comprar coisas confiando num dinheiro que pode nem sair.
O senhor já estava ficando mais do que desesperado e parecia não compreender a situação. 
- Pra ficar bem claro, senhor, eu vou analisar seu processo, vou levar pro Juiz, que vai dizer se você tem razão ou não. Se o senhor tiver razão, a outra parte pode recorrer e aí vai demorar mais um pouco. Se não recorrerem, ai eles tem o prazo para pagar. Se eles não pagarem, o senhor vem aqui e pede a penhora. Feita a penhora, eles ainda podem impugnar, e ai pode demorar mais um pouco...
- Meu Deus, só devedor tem direito nesse país...
O senhor, já com a idade avançada, saiu desconsolado, sem saber como pagaria o gás de sua casa. 


“Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo, sem saber o calibre do perigo. Eu não sei da onde vem o tiro.” O calibre – Paralamas do Sucesso.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mais uma vez: só você.

O meu coração pulsa de alegria
quando estou com você.
Você irradia o meu dia,
ilumina o anoitecer.

Você tem a chave do meu coração.
Só você pode abrir
e pegar toda a minha emoção
que está presa ali.

E eu só quero você.
Estou apaixonado.
Você é o meu bem querer.
Quero ser o seu amado.

“Meu coração é amor, desejo e paixão”. Timidez – Cavalo de Pau.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Só você

Há tanto tempo conheço você
e havia um sentimento guardado,
escondido onde eu não conseguia ver
porque eu estava vendado.

Ele aflorava sempre que eu te via
e eu sabia que ele existia.
E depois de tudo comecei a enxergar
que é você quem quero namorar.

Hoje sei que estou apaixonado
e que só quero você ao meu lado.
O que conversamos aumentou meu sentimento.
Você está em mim a todo momento.

Um caminho melhor vou seguir.
De você não vou desistir.
Venha me abraçar, me faça sorrir.
Por você estarei sempre aqui.

“E que o mal de quem ama é saudade. Você é a metade do meu coração. E que eu sou o amor da sua vida. Eu sou água doce pra você beber. E que eu quero ouvir da sua boca que você é louca por mim, como eu sou por você.” Se eu chorar – Jorge e Mateus.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Armação


Malas prontas, roupas jogadas no meio da rua, objetos atirados por todos os lados.
Thiago teve uma enorme surpresa quando chegou em casa. Ele simplesmente não sabia o motivo daquilo. Pensou até que a casa tinha sido assaltada.
Na cama havia somente um bilhete. Ele leu rapidamente.
“Como você pôde fazer isso comigo?”.
Era só o que estava escrito no pedaço de papel que ele tinha em suas mãos.
Ele não estava entendendo nada.
Ligou no celular de sua esposa: fora de área.
O que está acontecendo?
Minutos depois, a sua esposa chegou gritando e chorando.
- Como você pôde me trair com aquela vadia? Você é um cachorro, safado.
Ela disse tantos outros palavrões que nem dá pra descrever.
Mas ele continuava sem entender nada.
- Por que você acha que eu te traí? – ele perguntou simplesmente, tentando manter a calma.
- Foi o seu próprio irmão que me disse. Ele não mentiria sobre isso.
- Pois ele mentiu e você deveria ter investigado antes de fazer tudo isso.
- Mas por que eu duvidaria do seu irmão? Ele nunca mentiu pra mim.
- Ele não passa de um cafajeste que se faz de santo perto de você com segundas, terceiras e quartas intenções. Só você não vê isso.
Ela ficou pensando e acabou lembrando que a sua sogra já tinha falado que o seu cunhado tinha uma leve queda por ela.
Ela chegou perto de seu marido e o abraçou com força. Chorou tanto que soluçava.
- Me perdoe, meu amor. Eu tenho tanto medo de te perder – disse ela, entre soluços.
Ele quase chorou, mas se conteve e disse que ela devia confiar mais nele e tudo ficaria bem, depois que ela apanhasse as roupas e objetos que estavam jogados pela casa e na rua.
Depois de tudo, fizeram amor como no dia da lua de mel.

“Mesmo que o sol se apague, vem a lua te trazer de volta os sonhos meus. Podem passar mil anos, você vai me amar e eu vou ser pra sempre seu.” – Mil anos – Jorge e Mateus.


sábado, 23 de abril de 2011

Encontro inesperado

Um encontro inesperado é quase sempre perfeito. Duas pessoas desconhecidas se apaixonam quase que à primeira vista, os olhares se encontram e tudo parece perfeito. Fomos feitos um para o outro, pensam eles.
Mas histórias assim são raridade e o que é raro deve ser contado.
Rosa e Pedro se conheceram assim de repente, em frente à faculdade em que ele estudava. Eles se esbarraram sem querer e ela deixou cair um papel, mas não percebeu e foi embora sem dizer nada.
Ele não sabia como fazer para entregar o papel de volta. Perguntou pra algumas pessoas se conheciam a mulher que deixou cair aquele papel e ninguém conhecia.
Mas, por um golpe de sorte, no outro dia, ele a viu no mesmo lugar, procurando pelo papel perdido. Ele foi até ela e lhe entregou o papel. Ela o agradeceu e disse seu nome; ele disse o seu e que era um prazer conhecê-la. Ela disse o mesmo e já ia saindo, quando viu que ele havia lhe entregado um outro papel, contendo algumas palavras, algo como “um papel perdido renasceu um amor esquecido”.
Ela não entendeu nada, mas, quando o olhou nos olhos novamente, percebeu que já o conhecia de algum lugar há muito tempo. Então se lembrou de que foram colegas nos tempos das primeiras séries do ensino fundamental.
Ele chegou mais perto e a convidou para jantar e ela aceitou prontamente. Trocaram números de telefone e saíram no outro dia e conversaram muito e acabaram descobrindo o amor verdadeiro.
“Se você quiser alguém pra ser só seu, é só não se esquecer: estarei aqui.” – Eu era um lobisomem juvenil – Legião Urbana.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um novo horizonte

As nuvens carregadas passaram. A tempestade passou e agora só resta a tranqüilidade.
Dizem que depois da tempestade vem a bonança e que o tempo cura tudo.
Acho que as pessoas têm razão.
Um novo horizonte se abre, cheio de possibilidades e de expectativas.
Dúvidas, dificuldades e contratempos sempre vão existir, mas a vida segue e o caminho que quero seguir vai me levar aonde quero chegar.
Não quero distrações. Não tenho tempo a perder.
O sol aparece todas as manhãs e me lembra que cada dia é um novo começo e temos que remar contra a corrente. Nada vem de graça; é preciso conquistar.

“Não vim até aqui pra desistir agora.” Trecho da música Até o fim da banda Engenheiros do Hawaii.

domingo, 3 de abril de 2011

Um dia quase perfeito

Um dia acordei pensando que tudo ia dar certo. Parecia o dia perfeito e tudo se encaminhava muito bem.
O dia começou lindo, um sol brilhante lá fora iluminava os primeiros segundos do meu dia. Um café delicioso estava servido na mesa da cozinha e eu não estava atrasado para chegar ao trabalho.
E no trabalho as coisas foram fluindo naturalmente e consegui realizar todas as minhas atividades previstas e ainda outras pendentes.
Até a minha secretária, que não é bem humorada normalmente, estava de muito bom humor.
E meu chefe foi até a minha sala para me elogiar pessoalmente.
Puxa, que dia incrível!
Mas, na volta pra casa, aconteceu o imprevisto. Dois pneus do meu lindo carro furaram e a ajuda só chegaria em uma hora.
Decidi deixar o carro ali e peguei um táxi, afinal minha linda mulher me esperava em casa para nosso aniversário de casamento.
Mas o taxista era estrangeiro e entendeu errado o endereço que lhe dei e começou a andar na direção completamente oposta para o meu desespero. E nada lhe convencia de que estava no caminho errado.
Depois de quase meia hora argumentando, ele entendeu o que eu estava dizendo e pegou o caminho certo, entretanto quando cheguei em casa minha mulher já estava completamente estressada porque eu não consegui avisá-la do atraso, já que meu celular estava inesperadamente fora de área.
Foram quase dez minutos de discussão e a decisão de que eu dormiria no sofá.
É, realmente foi um dia quase perfeito.

Em vez de luz tem tiroteio no fim do túnel.” - Legião Urbana – Mais do mesmo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Na praça

As coisas não estavam indo bem na vida de Plínio. Ele estava com dificuldades na faculdade e no seu trabalho, sem falar na sua vida amorosa, que praticamente deixou de existir há algum tempo.
Ele estava dando um tempo; não queria mais se envolver com ninguém desde que foi rejeitado um ano atrás pela mulher que ele considerava o amor de sua vida.
E, num desses dias comuns, que nada tem de especial, Plínio foi pra praça perto de sua casa, refletir e pegar um ar fresco.
Ele só não sabia que mais uma pessoa tinha ido lá pelo mesmo motivo. E ela estava sentada no banco ao lado, tão pensativa que o fez imaginar o que a afligia tanto. Mas ele não queria conversar, já tinha até perdido a prática. Só não esperava que ela fosse se sentar ao seu lado e lhe perguntar o seu nome.
Ele disse seu nome e perguntou o dela. Ela disse que se chamava Laura, tinha 19 anos e estava muito triste, apesar de ele não ter perguntado. Ela falou que se sentia perdida, teria que fazer o curso que seus pais escolheram para ela, mesmo sem ela gostar nem um pouco do ramo. E não era só isso: seu ex-namorado, paranóico, não a deixava em paz, vivia sendo perseguida por ele, que já havia até ameaçado alguns amigos dela.
Ele ouviu tudo paciente e atenciosamente. Foi aí que ela perguntou por que ele estava tão preocupado e ele ficou aliviado depois de contar todos os seus problemas e eram muitos.
Já no final da tarde, ela disse que tinha que ir embora, mas antes, meio sem jeito, falou que desejava saber se ele queria sair com ela.
- Apesar de você ter um ex-namorado paranóico, eu gostaria muito de sair com você – disse ele, sem pestanejar. – Mas, antes disso, eu quero saber se você quer ser minha namorada – ele gesticulou, dando a entender que ainda não tinha terminado de falar. – Sei que estou sendo apressado, mas é que acho que não vou conseguir esperar até amanhã. Acho que estou apaixonado e há muito tempo não sei o que é isso.
Ela sorriu e o abraçou.
- É claro que quero. Também não sei se conseguiria esperar até amanhã. Acho que nunca me senti assim antes.
Ficaram ali mais uma hora, namorando. E no outro dia saíram e se sentiam cada vez mais apaixonados. 


“After all this time
I never thought we'd be here
Never thought we'd be here
When my love for you is blind
But I couldn't make you see it
Couldn't make you see it
That I loved you more than you'll ever know
and part of me died when I let you go.” Blinde – Lifehouse.