quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Morte precoce

Jadiel e seu amigo Jorge combinaram de beber no final de semana. E Jorge chamou mais dois conhecidos dele. 

Eles foram para um bar no centro da cidade e começaram a beber e a conversar, como muitas outras pessoas fazem nos fins de semana e até em dias de trabalho. 

Até aí, nada de anormal. Tudo estava tranqüilo.

Eles estavam sentados na calçada e a todo momento passavam carros e motos pela rua. E uma dessas motos parou em frente a eles. Dois sujeitos estavam na moto e ambos usavam capacetes com viseiras pretas. 

O sujeito que estava na garupa da moto desceu e sacou uma arma. Atirou três vezes e acertou os dois conhecidos de Jorge. Acertou também o peito de Jadiel, que já caiu morto.

Os dois sujeitos saíram dali rapidamente, quase sem serem notados. E a placa da moto? Alguém anotou? Ninguém viu placa alguma, provavelmente porque havia sido retirada.

Jorge ficou desesperado. Ele sabia que os dois sujeitos tinham vindo matá-lo. Sabia o motivo: havia transado com uma mulher casada e o marido, sabendo do acontecido, havia prometido vingança. 

Jadiel não havia feito nada de errado. Estava apenas se distraindo depois de uma semana exaustiva de trabalho. 

Era jovem. Iria fazer vinte e um anos de idade em poucos dias.

Mas não vai mais comemorar seus aniversários porque morreu de forma precoce e banal.

Como disse o cantor, “os bons morrem jovens”. 


“A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais.” Baader-Meinhof Blues – Legião Urbana.