quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Contatinho

Carla era jovem, cursava o terceiro período do curso de Engenharia Civil e começou a se envolver amorosamente com Ricardo, que estudava na mesma faculdade.
Logo no início, ele disse que não queria nada sério, nada de compromisso, namoro nem nada parecido. O máximo que poderiam ter era uma espécie de amizade-colorida.
No começo, ela aceitou numa boa e até gostou desse tipo de envolvimento. Afinal de contas, ela não teria que dar satisfação do que estava fazendo, pra onde iria, com quem estava. E ainda teria alguém pra ficar quando quisesse. Parecia perfeito.
Ela o achava divertido e despojado e eles se davam muito bem durante o pouco tempo que passavam juntos.
Mas, depois de três meses, o que parecia perfeito começou a não ser mais suficiente. Ela queria mais, queria passear de mãos dadas, pegar um cineminha, queria alguém mais presente, alguém que ela pudesse contar quando as coisas não estivessem bem, que a apoiasse, que não fosse embora logo depois de fazer amor, que a levasse para viagens maravilhosas e que a olhasse nos olhos e sentisse que é amada. E tantas outras coisas que um simples contatinho nunca poderia dar a ela.
Passados mais um mês, sempre que ele ia embora, ela se sentia triste, depressiva, sozinha, nervosa e angustiada. Certa vez, ela disse como se sentia e que ele era o culpado.
Eu sinto muito, muito mesmo – ele disse e parecia muito triste. – Eu gostaria de poder te dizer que a gente vai ficar juntos, que eu te amo e que tudo vai ficar bem, mas infelizmente não é o que sinto. Eu queria mesmo. Você é uma pessoa maravilhosa e eu não estou brincando. É a pura verdade. Mas eu não posso fingir que gosto de você a ponto de começar um namoro… Infelizmente. A única coisa que posso fazer é ir embora e ser um amigo quando você precisar, um amigo mesmo. Nada de amizade-colorida.
Ela ficou extremamente triste e concordou em dar um fim no seu lancinho. Essa palavra veio na sua mente e ela se sentiu mal. Ao menos continuariam amigos, pelo menos por um tempo. Ela não o odiava, afinal estava tudo muito claro desde o início.
Mas ela estava decidida. Nada de contatinhos. Sua vida mudaria a partir dali. Seria feliz com alguém que a amasse de verdade. Ela chorou, sabendo que o tempo curaria suas feridas e que a vida estava apenas no início.

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Eu sei que você quer alguém pra apresentar pros pais, postar uma foto juntos nas suas redes sociais. Viajar fim de semana, combinar os pijamas, beber no mesmo copo, comer no mesmo prato. Desculpa, eu sou o cara errado. Eu não nasci pra ser mozão. Nasci pra ser contatinho.” Trecho da música O cara errado, do cantor Wesley Safadão.



7 comentários:

  1. Olá, Diego.
    Tem muitas garotas que aceitam só ficar porque acham que com o tempo o cara vai mudar de ideia. mas se não é isso que ela quer para a vida dela não deveria nem começar algo que não vai ter futuro. Gostei bastante do texto.

    Prefácio

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  2. Oi Diego,
    Adorei a ideia do texto.
    Imagino a decepção quando a pessoa não está na mesma sintonia que você e daí você não sabe como deixar claro, sem magoar.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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  3. Oi Diego, tudo bem?
    Os contatinhos só servem quando ambos estão na mesma página, querendo curtir a solteirice. Pelo menos nesse conto um dos lados foi 100% honesto, o foda é quando alguém te engana e te faz acreditar que quer algo sério.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  4. Quem nunca, né?
    A gente se sabe desde o início como vai ser mas tem aquela esperança que vai ser diferente.

    Beijoooos

    www.casosacasoselivros.com

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  5. Hey Diego! Tudo bem?
    Isso acontece tanto hoje em dia...
    Obrigada por comentar lá no blog.
    Volte sempre!

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  6. A Realidade escrita em poucas palavras, amei o texto!👏

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