Só poderia mesmo ser uma ilusão. Fantasia, sonho. Nada mais. Os pensamentos mais loucos passavam pela cabeça de Jaílson. Nada mais fazia sentido desde que Priscila lhe contou algo. Não era possível, ele pensava.
Nos últimos dois anos, ele viveu pensando que não tinha a menor chance, apesar de ter uma esperança no seu peito. O que ele mais queria parece que se tornaria mais do que provável e possível. Tornar-se-ia real. Estranhamente real. Era tão surreal pra ele que era difícil de acreditar. Ele criou uma idéia tão improvável na sua mente, que ele não conseguia ver a verdade.
Priscila havia dito que Marcela queria se encontrar com ele. Ela já estava cansada de esperar pela iniciativa dele. Priscila disse que Marcela sabia do interesse dele e sabia também que ele nunca teria coragem de declarar-se.
No início, Jaílson pensou que se tratava apenas de mais uma brincadeira da Priscila. Afinal, ela gostava de fazer esse tipo de coisa. Mas ele começou a enxergar a possibilidade de sua esperança se concretizar e isso era ótimo.
Foi ao local marcado no horário estabelecido e lá encontrou Marcela aparentemente esperando por ele.
- Oi – disse ele, feliz e ansioso.
- Oi – disse ela, sorrindo. Ela também parecia feliz. – Que bom que você veio.
- Eu estava pensando que a Priscila tinha inventado isso, mas parece que é mesmo real.
- Muito real. Você demorou pra perceber e eu cansei de esperar a sua iniciativa.
Ela colocou as suas mãos nas mãos dele e disse:
- Não quero mais perder tempo e você?
"Cadê você?
Não me canso de esperar,
mas vê se não vai demorar". Cadê você - Sorriso Maroto.