sábado, 23 de dezembro de 2017

Planos (feliz ano novo)

Nesses últimos dias do mês de dezembro vivemos um tempo de muitas confraternizações, na escola/faculdade, no trabalho, com os amigos e com a família. É um momento em que relembramos o ano, tentamos estreitar os laços e desejamos que o próximo ano seja melhor.
E, quando chega o fim do ano, muita gente faz promessas, planos, metas e objetivos. Talvez seja um bom momento pra fazer isso, mas é preciso que não seja apenas um ritual, algo que é feito simplesmente porque é o fim do ano.
Muitas pessoas prometem emagrecer, fazer exercícios, estudar para concurso, fazer uma faculdade, visitar um parente de outra cidade, mas depois de uma semana já esqueceram e nem se importam mais. Tantos planos feitos apenas pra serem esquecidos logo depois.
Hoje em dia a vida está tão corrida e estamos sempre ocupados, mesmo quando não estamos fazendo nada. É uma procrastinação sem fim, deixando tudo para depois.
E se depois for tarde demais?
Será que terei tempo de realizar aquele sonho? Fazer aquela viagem que tenho adiado? Pedir desculpas por aquela bobagem que falei?
Se você não tem a intenção de cumprir, não faça nenhum pacto. Não é obrigatório fazer planos e promessas. Outro ano vem aí e o primeiro dia pode ser como qualquer outro. Depende de você torná-lo especial, não só com palavras, mas com atitudes.
Se algo deve ser mudado, mude. Se algo deve ser feito, faça. Se há alguma coisa a ser dita, diga.
Não existe varinha mágica, nem cor de roupa que traz dinheiro ou felicidade. Não vai ter facilidade. As coisas não vão cair do céu de mão beijada. Então, temos que agir e fazer o nosso melhor todos os dias, inclusive no fim do ano.


Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita é bonita, é bonita e é bonita”. Trecho da música “O que é, o que é?”, do cantor Gonzaguinha.


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Garota de Ipanema

Tom estava fazendo caminhada na orla da praia de Ipanema, quando avistou uma garota caminhando um pouco mais à frente.
Ele estava escutando música utilizando o fone de ouvido do celular, viajando na letra e na melodia, meio distraído, mas logo tirou o fone da orelha e passou a olhar mais detalhadamente o caminhar gracioso daquela garota.
Foi se aproximando aos poucos e chegou perto o suficiente para sentir o aroma delicioso do perfume que exalava do corpo bronzeado dela.
Eles caminharam lado a lado por alguns segundos.
Oi – disse ela inesperadamente. – Espero que você não esteja me seguindo – ela completou, de forma bem-humorada. Antes de ele se aproximar, ela já tinha analisado o comportamento dele, ouvindo música, distraído, e concluiu que não havia nenhum perigo. Quando estavam pareados, ela sentiu que devia falar com ele.
Ah! Não! Só estou tentando seguir o seu ritmo. Parece que você é boa nisso.
Sim. Sempre estou me exercitando, caminhando, correndo, pedalando.
Em seguida, ela disse que se chamava Ana. Ele sorriu educadamente e disse seu próprio nome. Ela, então, começou a puxar assunto com ele, falando sobre o clima, exercícios, a praia.
Tom a ouvia muito atentamente e tentava responder da forma mais agradável e descontraída possível. Essa conversa durou cerca de cinco minutos e ele estava esperando que ela terminasse uma história que ela estava contando para pedir o número de telefone dela.
Mas, de repente, o celular dela tocou. Ela o atendeu e sua expressão logo se fechou, parecendo preocupada. Parou de caminhar instantaneamente e deu um leve aceno de despedida para Tom, que mal teve tempo de se despedir com outro aceno.
Em tão pouco tempo, Tom sentiu algo forte por Ana como se já houvesse uma conexão anterior e ele nem acreditava nesse tipo de coisa. Era como um metal que é atraído pelo ímã, mas agora ela estava distante.
Ele passou a caminhar todos os dias naquele mesmo local, no mesmo horário, na esperança de voltar a encontrar aquela garota que o deixou desconcertado. Entretanto, os dias passavam sem nenhum indício de Ana e ele sabia que a chance era bem pequena.
Agora ele só poderia torcer para que a sorte o abraçasse e o destino a trouxesse novamente para mais uma volta na orla da praia de Ipanema.


Ah! Se ela soubesse que quando ela passa o mundo inteirinho se enche de graça e fica mais lindo por causa do amor”. Trecho da música Garota de Ipanema, de Tom Jobim.