Era
uma noite chuvosa. Mônica estava sozinha em casa e tinha uma mente
muito criativa. Raios e fortes trovoadas irrompiam pela noite escura.
De repente, faltou energia e ela, que tinha apenas 16 anos, começou
a ficar com medo, imaginando que logo apareceria um fantasma ou algum
desses monstros dos filmes, que ela adorava assistir.
Ela,
então, tentou encontrar uma vela para clarear o ambiente, esquecendo
que seu celular tinha a função lanterna. Com muita dificuldade e
ansiedade, conseguiu pegar uma vela e a acendeu com um isqueiro,
ficando um pouco mais tranquila.
Foi
aí que escutou um barulho estranho vindo da parte lateral da casa e,
em seguida, ouviu um som ainda mais estranho vindo da porta da
frente. Era um ruído suave, mas assustador, como o som de um giz
sobre o quadro.
Ela
se lembrou que tinha se mudado há apenas um mês para aquela casa e
que os vizinhos tinham falado que os antigos moradores eram estranhos
e sempre ouviam barulhos e vozes. Começou a acreditar que a casa era
mal assombrada, como nos filmes de terror.
Mônica
ficou com mais medo, seu coração acelerou os batimentos e sentiu um
tremor nas pernas ao escutar a maçaneta da porta se movimentar.
Nesse
momento, ouviu alguém falando baixinho e percebeu que ladrões
queriam entrar na casa. Ela, instantaneamente, lembrou-se do seu
celular, chegou perto da porta e colocou um áudio para tocar no seu
celular.
– É
melhor você ir embora logo… antes que eu pegue minha arma e
estoure seus miolos – dizia o homem de forma agitada no áudio que
Mônica gostava de mandar pros seus amigos por meio de aplicativos de
celular, quando eles mandavam algo que ela não gostava.
O
bandido do outro lado da porta ouviu aquela advertência e não
pensou duas vezes antes de sair correndo, fugindo do local junto com
seu comparsa.
Mônica
caiu na gargalhada ao perceber que eles tinham fugido com medo, mas
logo em seguida ela voltou a ficar assustada com os barulhos que
continuou a ouvir. Só dez minutos depois, quando a energia voltou,
ela se sentiu mais tranquila e sorriu de tudo que passou naquela
noite chuvosa.
“E
o teu medo de ter medo de ter medo não
faz da minha força confusão”.
Trecho da música Daniel
na cova dos leões,
da banda Legião Urbana.