quarta-feira, 26 de junho de 2019

Era pra ser um dia normal (morte precoce)

Jadiel e seu amigo Jorge combinaram de beber no final de semana. E Jorge chamou mais dois conhecidos dele.
Eles foram para um bar no centro da cidade e começaram a beber e a conversar, como muitas outras pessoas fazem nos fins de semana e até em dias de trabalho.
Tudo estava tranquilo. Eles estavam sentados na calçada e a todo momento passavam carros e motos pela rua. E uma dessas motos parou em frente a eles. Dois sujeitos estavam na moto e ambos usavam capacetes com viseiras pretas.
O sujeito que estava na garupa da moto desceu e sacou uma arma. Atirou três vezes e acertou os dois conhecidos de Jorge, que se feriram sem gravidade. Acertou também o peito de Jadiel, que já caiu morto.
Os dois sujeitos saíram dali rapidamente, quase sem serem notados. E a placa da moto? Alguém anotou? Ninguém viu placa alguma, provavelmente porque havia sido retirada.
Jorge ficou desesperado. Ele sabia que os dois sujeitos tinham vindo matá-lo. Sabia o motivo: havia transado com uma mulher casada e o marido, sabendo do acontecido, havia prometido vingança.
Jadiel não havia feito nada de errado. Estava apenas se distraindo depois de uma semana exaustiva de trabalho.
Era jovem. Faria vinte e um anos de idade em poucos dias.
Mas não vai mais comemorar seus aniversários porque morreu de forma precoce e banal.

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A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais.” Trecho da música Baader-Meinhof Blues, da banda Legião Urbana.