De você
Hoje não quero falar de você.
Estou tentando te esquecer.
E por isso devo escrever
sobre o futuro, o envelhecer
ou sobre a violência constante,
a impunidade incessante,
a morte tão temida,
a dor de uma despedida.
Ou sobre a política nacional,
tudo sempre tão igual,
um partido conservador e outro liberal,
disputando um cargo federal
e as propinas e vantagens indevidas
e as secretárias cada vez mais atrevidas.
Não! Não quero falar dessa roubalheira.
Prefiro escrever sobre uma ratoeira.
E eu quase tinha esquecido:
o terrorismo, sem razão aparente,
transforma sonhos em concreto destruído,
vidas num mar de sangue quente.
Sobre muitas coisas posso escrever,
mas ainda não esqueci de você.
“Não me diga que o mundo anda mal, hoje eu nem quero ler o jornal. Só quero escrever uma canção de amor pra você.” Uma canção de amor pra você – Catedral.
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