Rogério chegou em casa, vindo do trabalho e não encontrou sua esposa
Dora. Achou estranho, afinal ela não havia deixado nenhum recado para
ele. Era hora do almoço e geralmente ela estava ali com a comida pronta.
Ele ficou preocupado e ligou para o telefone dela, mas ela não atendeu.
Então, ele ligou para a melhor amiga dela e ela disse para ele ligar a
televisão.
- Aconteceu uma tragédia – disse ela, angustiada.
O coração de Rogério acelerou e ele sentiu uma sensação que ele nunca
tinha sentido. Parecia que seu estômago dava voltas. Sentiu-se muito mal, quase
desmaiou, mas conseguiu ligar a televisão e viu o corpo de sua esposa estendido
no chão, encharcado de sangue.
Não conseguiu ouvir que testemunhas haviam presenciado o homicídio. Uma
delas disse que o agressor atirou na mulher por causa de uma leve batida no
veículo dele.
Dora havia batido na traseira do outro veículo. O motorista saiu do
carro irritado, gritando e gesticulando. Disse que ela era uma “barbeira” e que
mulheres não sabiam dirigir. Ele estava muito exaltado e sacou uma arma. Ela
estendeu as mãos em sinal de paz e pediu desculpas, mas o sujeito,
provavelmente enfurecido com o trânsito maluco da cidade, não viu os gestos
pacíficos da esposa de Rogério, atirou duas vezes na direção do peito e a
matou.
O criminoso, por um momento, ficou parado, parecendo não acreditar no
que havia feito. Ficou surpreso e, ao mesmo tempo, arrependido. De repente,
voltou a si, embarcou no carro e saiu em disparada.
Rogério também não ouviu que uma testemunha havia anotado a placa do
carro. Ele já não ouvia nada. Estava completamente desesperado. Havia perdido
sua linda esposa, apenas três meses após o casamento. E ele não sabia: ela
estava grávida. Daria a notícia no almoço. Infelizmente, não dará mais a notícia
por causa de mais uma morte banal no trânsito.
“Vamos festejar a violência. E esquecer a nossa gente que trabalhou
honestamente a vida inteira e agora não tem mais direito a nada.” Trecho da
música Perfeição da banda Legião Urbana.
Triste história, Diego.
ResponderExcluirInfelizmente, nem um pouco fantasiosa. :(
Beijos,
Priscilla
http://infinitasvidas.wordpress.com