segunda-feira, 23 de março de 2015

Trote na faculdade

Jogar fezes e lixo, pintar, agredir e humilhar os calouros são rituais de iniciação dos estudantes que têm origem no século XIV, por volta do ano 1340, na Universidade de Paris, muito antes do trote chegar nas terras tupiniquins.
Muitos calouros aceitam ser tratados como animais para não ficarem isolados. Vou citar apenas dois casos para não alongar o assunto. Um estudante de publicidade foi amarrado a um poste na avenida Paulista e humilhado pelos colegas, com várias pessoas passando pelo local sem nada fazer. Outro calouro foi chicoteado, forçado a beber pinga e a rolar em excremento de animais, além de ser amarrado a um poste e sofrer agressões físicas e verbais.
Edison não teve a mesma sorte. Foi jogado numa piscina e, sem saber nadar, só saiu de lá morto, enquanto ninguém que olhava a cena teve coragem de oferecer ajuda àquele jovem estudante, mesmo percebendo o inevitável e ouvindo os gritos de socorro.
Ele teve sua vida ceifada por um trote, e com isso a possibilidade de cursar a faculdade de medicina para qual passou anos estudando e que era o seu sonho e o de seus pais.
E para completar o quadro de descaso: ninguém foi punido. A morte, portanto, sequer serve de exemplo de desestímulo para futuros trotes.


“Violência demais, chuva não tem mais, corrupção demais, política demais, tristeza demais.” Trecho da música Súplica cearense, da banda O Rappa.

4 comentários:

  1. Trote é um assunto complicado. Passei por dois e, felizmente, ambos foram muito divertidos (com algumas exceções que, hoje em dia eu enxergo como opressão). Mas não é todo mundo que tem essa "sorte". :(
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

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  2. Ano que vem começo a faculdade (assim espero HSAUHUS) e morro de medo desses trotes, tem gente que não sabe brincar e já apela e ainda por cima sai sem consequências.

    Beijoos,
    Sétima Onda Literária
    Tem post novo sobre "A Playlist de Hayden" novo lançamento da Novo Conceito, sobre bullying e música boa.

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  3. Olá!

    Eu odeio isso! Sério! Fiquei extremamente feliz quando descobri que na minha faculdade.
    Acho ridiculo quem faz e quem se deixa participar, tá na hora disso acabar. Não faz o menor sentido ¬¬'


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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  4. Olá!

    Ainda bem que, quando entrei na faculdade, não passei por isso. Mas, por mim acabaria com esses trotes, não acrescentam nada e ainda estão numa linha tênue entre o constrangimento e o crime!

    resenhaeoutrascoisas.blogspot.com

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