terça-feira, 18 de agosto de 2015

Preconceito

Clara havia acabado de sair do banco, quando entrou numa loja de roupas, querendo comprar o vestido que ela tanto sonhava. Nesse momento, apareceu uma moça, uma vendedora cheia de sorrisos.
Clara foi direto ao vestido. Ela já sabia o preço, mas perguntou mesmo assim.
- Trezentos e cinquenta reais – disse a vendedora, com um pouco de indiferença, talvez porque Clara não estava bem vestida, ou porque Clara era negra ou simplesmente porque aquele vestido era o mais caro da loja.
- Qual é o desconto? – perguntou Clara, sabendo que não teria nenhum desconto.
- Esse é o preço para pagamento à vista ou no cartão – disse a vendedora, já olhando para a madame que chegava toda arrumadinha, olhando as primeiras peças da loja. – Enquanto você escolhe, vou atender aquela mulher – disse, demonstrando um pouco de insatisfação por atender Clara, como se soubesse que ela não compraria nada.
- Espere. Eu já escolhi. Eu quero esse vestido. Onde posso experimentar?
A vendedora, meio surpresa, indicou o vestuário e saiu rapidamente para auxiliar a madame, que olhava quase tudo e ia selecionando vários itens para experimentar, porém não comprou nenhum.
Então, Clara, que demorou no vestuário porque estava visualizando o vestido em todas as posições possíveis, saiu do provador e disse à vendedora que o vestido estava perfeito. Queria levá-lo. Ia pagar com o cartão de crédito.
A vendedora demorou para acreditar quando percebeu que o cartão tinha saldo suficiente. Olhou novamente para Clara, surpresa e desnorteada, e lhe entregou o vestido.
Clara saiu da loja quase chorando. Só não chorou porque já havia passado por situações piores.
A vendedora sentiu-se estranhamente vazia e, ao mesmo tempo, cheia de preconceitos. Teve vontade de chorar.

"Não seja um imbecil. Não seja um ignorante. Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante". Trecho da música Racismo é burrice de Gabriel, o pensador.

7 comentários:

  1. Oi Diego,
    Acho que o quote da música já resume bem o meu sentimento em relação ao preconceito.
    Infelizmente, ainda acontecem coisas assim e/ou piores =/

    bjs e tenha uma ótima terça.
    Nana - Obsession Valley

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  2. Oi Diego!
    Não vivo esse tipo de preconceito, mas dói imaginar essa situação. O ser humano tem que combater muitos e muitos preconceitos, mesmo no século XXI.
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

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  3. Olá Diego,
    Adoro ler textos que falam sobre preconceito, porém odeio atitudes preconceituosas.

    No meu blog está tendo um sorteio maneiro. Que tal participar? :)
    http://quetal-carol.blogspot.com.br/2015/08/sorteio.html

    Beijos,
    Carol ♥

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  4. Olá,
    Infelizmente essa é uma situação comum de acontecer, às vezes as lojas nem sequer atendem a pessoa, por julgar que ela não tem condições de comprar. É triste...
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  5. Olá, Diego
    Tudo bem?
    Gostei bastante do texto. Um grande exemplo de preconceito racial. Infelizmente o preconceito, seja por cor, classe social e orientação sexual ainda é bem predominante em nossa sociedade. Espero sinceramente que isso mude completamente um dia, ou que ao menos as pessoas que possuem tais pensamentos guardem para si, não machucando assim os outros com seus olhares e até mesmo palavras ofensivas.
    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  6. Olá. Gostei do tema do texto, mas acho que poderia ser mais trabalhando, acho que ficou um pouco curto.
    Mas gostei de como foi abordado, já que esse tipo de situação realmente acontece.
    Lembrei da cena do filme Uma Linda Mulher.

    Beijo
    www.ooutroladodaraposa.com.br

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  7. Ooi Diego, tudo bom?
    Na hora que comecei a ler já lembrei de Uma Linda Mulher, quando ela entra loja toda mal vestida e a mulher manda ela embora, depois ela volta rica e maravilhosa e samba na mulher HSUAHSUHH
    Infelizmente isso acontece em todas as situações possíveis e é horrível ser tratado mal,
    Beijoos,
    Sétima Onda Literária

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