Lucas
estava na fila do banco e logo percebeu que havia uma bela garota um
pouco à sua frente. Sem perder tempo, ele foi até ela.
-
Oi. Prazer, Lucas – disse ele olhando bem fundo nos olhos dela,
demonstrando calma e confiança.
Ele
estendeu a mão pra ela, mas ela não retribuiu o cumprimento. Olhou
pra ele de um jeito constrangido, afinal havia várias pessoas ali.
-
Te vi aqui e pensei em te conhecer. Não quero te atrapalhar. Só
quero te conhecer. Provavelmente não vou ter outra oportunidade.
Tudo bem?
Ela
respondeu que estava bem, mas deu a entender que não queria mais
conversa.
Algumas
pessoas olhavam para aquela conversa como se aquilo fosse algo fora
do comum. Uma delas tinha um olhar intimidador e outra, um olhar
zombador.
-
É. Eu sei que a gente não se conhece. Talvez seja meio estranho
falar comigo, mas, na boa, vamos conversar como duas pessoas
civilizadas. Que problema tem nisso?
Ele
ainda demonstrava confiança e ela começou a sentir que queria falar
com ele.
-
Eu não sei – disse ela, um pouco insegura, mas sua tonalidade de
voz indicava que queria que ele continuasse tentando.
-
Mas eu sei. Não tem problema nenhum. Como é o seu nome?
-
Marília.
-
Puxa, Marília. Que nome lindo. É um prazer enorme falar com você –
ele disse e fez uma pequena pausa. - Nessa hora eu deveria perguntar
o que você faz e quantos anos você tem, mas eu prefiro perguntar se
você gosta de comida japonesa - ele arriscou, observando que ela vestia uma camisa com uma estampa com desenhos japoneses.
-
Eu adoro comida japonesa. É a minha preferida.
-
Sensacional! Que coincidência! Abriu um restaurante japonês perto
da minha casa. A gente tem que ir lá conhecer. Me passa seu número
pra gente combinar.
-
Mas a gente nem se conhece direito...
-
Exatamente, Marília. Por isso mesmo que a gente vai conversar mais
pelo celular. E também não tem nenhum problema nisso, viu? Além do
mais, eu já estou saindo, como a gente vai conversar mais, se você
não me passar seu número?
-
É verdade. Você tem toda razão – ela teve que admitir.
Ela
digitou o número dela no celular dele e ele a abraçou.
-
Caramba, você é muito cheirosa – ele disse e se despediu.
-
Você não ia pagar algum boleto? – ela perguntou, pois ele não
havia utilizado o caixa do banco.
-
Não. Eu vi você entrando no banco e achei que tinha que falar
contigo. Eu não ia me perdoar, se eu não tentasse vir aqui te
conhecer.
Ela
deu um sorriso incrédulo e lisonjeado ao mesmo tempo. Ele a abraçou
novamente e se despediu.
Ele
deu alguns passos em direção à porta do banco e o homem que tinha
um sorriso zombador perguntou curioso:
-
Como você fez isso?
E
Lucas, com um leve sorriso e um gesto desinteressado, disse
simplesmente:
- Agindo.
“Quem
sabe faz a hora, não espera acontecer”. Trecho da música Pra não
dizer que eu não falei das flores de Geraldo Vandré.
Eu teria ficado pra lá de assustada! Não consigo lidar bem com uma abordagem nesse estilo, ainda mais na fila do banco, um lugar carregado de tenção e sou péssima para dar o número de telefone, atender então é outra vida... O carinha tem coragem, mas a menina foi bobinha!
ResponderExcluirPandora
O que tem na nossa estante
Eu teria me assustado muito com uma atitude assim, mas acho que conversaria com ele. Não passaria meu número, mas na hora conversaria. Provavelmente passaria informações falsas sobre mim e não me orgulho disso, mas é que sou muito medrosa e desconfiada.
ResponderExcluirVidas em Preto e Branco
Oi Diego,
ResponderExcluirEu me assusto com abordagens assim, no mínimo nem teria respondido. Telefone então nem pensar haha
Mas gostei da mensagem. Se a gente não tentar, nunca vai saber não é?
Tenha uma ótima terça.
Nana - Obsession Valley
Oi Diego!
ResponderExcluirBah, eu ficaria apavorada com uma abordagem assim. Achei o Lucas muito impertinente e, no lugar dela, consideraria assédio. Provavelmente daria informações falsas, pra ele parar de me incomodar hahaha! Mas, como a Nana comentou ali em cima, gostei da mensagem: agir é importante. Tentar atingir nossos objetivos vale a pena.
Beijos,
Priscilla
http://infinitasvidas.wordpress.com
OOOiii!
ResponderExcluirSensacional!!!
Eu adorei o jeito e a atitude do personagem, embora que se fosse comigo ele ia ser ignorado com sucesso USAHUSAHUS.
A mensagem é ótima!
Beijinhos,
www.entrechocolatesemusicas.com
Olá,
ResponderExcluirAdorei a mensagem que você quis transmitir e gostei da citação do trecho da música do Vandré.
Beijos.
Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com
Ooi, tudo bom??
ResponderExcluirComo todos os comentários aqui, eu sou da turma que ficaria assustada e achando que ia ser roubada e/ou morta HSAUHS É horrível perceber que existe tanta maldade no mundo, que simplesmente conversar com um estranho na fila não é normal, nem aceitável. Adoro essa música,
Beijoos,
Sétima Onda Literária