Maria
era uma escritora famosa, tinha vários livros publicados e sua vida
financeira estava mais do que perfeita. Entretanto, por mais que sua
vida estivesse muito bem resolvida, ela acreditava que não estava
tão bem assim, vivia reclamando de coisas banais e deixava de ver o
quanto sua vida tinha mudado, desde que saiu da sua pequenina cidade
natal, largando seu emprego de garçonete para se aventurar no mundo
do jornalismo e da literatura.
Ela
via sua vizinha panicat
e
a invejava, desejando aquele corpo sarado, mas não fazia um
exercício sequer.
A
sua outra vizinha mudava a fachada de casa e Maria logo resolvia que
a fachada de sua belíssima casa estava antiquada e precisava de uma
revitalização, apesar de parecer impecável aos olhos dos demais
vizinhos.
No
trânsito, ela não só reclamava como agitava as mãos e, às vezes,
esbravejava com outros motoristas. Quando fazia sol, ela murmurava do
calor. Quando chovia, ela se queixava, por não querer se molhar
justamente na hora que ia sair.
Mesmo
quando seus assistentes faziam tudo do jeito solicitado, ela dava um
jeito de colocar algum defeito no serviço.
Dias
atrás, ela estava assistindo o jornal local e viu uma reportagem
sobre um homem que tinha perdido toda a sua casa, móveis e
utensílios domésticos durante uma grande tempestade. Quando a
equipe de reportagem chegou no local, viu o homem dançando e
cantando na chuva, com largos sorrisos e agradecendo a Deus por sua
vida ter sido poupada.
A
reportagem continuava com outros exemplos de pessoas que passaram por
situações dramáticas, mas que preferiam ver o lado positivo das
coisas, como um homem que ficou paraplégico e, depois de meses de
depressão, viu sua vida se transformar completamente e vivia muito
mais feliz do que antes do acidente.
Havia
também uma mulher que tinha perdido seu carro recém comprado num
acidente muito grave. Ela só teve alguns arranhões e agradecia
porque continuava respirando e poderia voltar para a sua família ao
final do dia. Ela sabia que não havia feito o seguro do carro, mas
isso não a preocupava no momento. Poderia resolver depois.
Eram
imagens e histórias comoventes para a maioria das pessoas, mas Maria
não conseguia ver motivos para agradecer e na sua mente só vinham
lamentações.
“Mas
digo sinceramente na vida a coisa mais feia é gente que vive
chorando de barriga cheia”.
Trecho da música Maneiras, de Zeca Pagodinho.
As palavras da música do Pagodinho resumem tudo, né?
ResponderExcluirNa verdade, acho que é aquela questão: a pessoa tem tudo no quesito material, mas não encara o seu falhado lado pessoal e por isso vive insatisfeito, buscando distrações para evitar ver que há coisas mais importantes do que as materiais.
É um tema sempre pertinente, sem dúvida!
Ah, estou vindo lá da Estante. Leia mesmo Dumas, apesar dos mosqueteiros serem conhecidos, as histórias dos livros estão bem distantes da maioria das adaptações já feitas, sem falar que, como sempre, os livros são melhores que os filmes.
E, sim, é uma pena que nos falte Dumas e Austen na literatura atual.
Abraço e bom fim de semana!
Sempre vou lamentar a falta de autores que façam o que Dumas fazia: criticar com humor, falar de coisas sérias com leveza.
ExcluirOlá,
ResponderExcluirDessa vez não conheço o trecho da música citado, confesso que muitas vezes me perco em lamentações, o que não é de forma alguma legal, mas estou tentando me controlar.
Beijos.
Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com
Oi Diego, tudo bem?
ResponderExcluirAcho que cada um tem o seu fardo pra carregar e tem direito de reclamar dele. Afinal, não somos todos que passamos por situações extremas, mas ainda assim sofremos com as coisas que pra nós são ruins.
Porém, reclamar o tempo todo e nunca ver o lado bom das coisas e o que tem de maravilhoso em nossa vida também é errado. Gratidão faz bem, traz paz!
Beijos,
Priscilla
http://infinitasvidas.wordpress.com
Oi Diego,
ResponderExcluirMais um texto maravilhoso.
Como a Inês, também tento me controlar com essas coisas e reflito bastante se vale a pena reclamar.
tenha um maravilhoso final de semana e feriado ♥
Nana - Obsession Valley
Ta vendo, alguém citou Austen, hehehe é minha escritora preferida!!
ResponderExcluirGostei do texto, fácil e bom de ler!
Bjinhos
Maria precisa melhorar néh! Acredito que a felicidade é uma conquista, precisamos trabalhar nela... Essa personagem é a cara de um monte de gente que me cerca, não sabem batalhar sua felicidade, se puxam para baixo.
ResponderExcluirE sim, você tem melhorado cada vez mais seus texto. Da gosto de acompanhar Diego, parabéns.
Pandora
O que tem na nossa estante
Oi Diego, tudo bem?
ResponderExcluirPassando pra agradecer a visita e avisar que tem review de Perdido em Marte lá no blog. =D
Boa semana!
Priscilla
http://infinitasvidas.wordpress.com