terça-feira, 2 de agosto de 2016

Um pouco de romantismo

Fernando estava fazendo o quinto período do curso de medicina quando avistou uma caloura, que o deixou desnorteado. Então, ele bolou um plano para se aproximar dela, sem parecer forçado, rodeando o grupo de amigos dela para que se tornassem amigos em comum e, assim, ela se acostumaria com a presença dele.
Depois de poucos dias, ele decidiu que já estava na hora de falar com ela diretamente. No final da resenha após a aula, quando o grupo de amigos se dispersou e ela ia saindo, passando ao seu lado, ele a chamou:
Oi, Daiane – ele disse e ela se virou para ele, que a olhou firmemente nos olhos.
Oi, Fernando. O que você manda? – disse ela de modo despojado e ele sorriu.
Ah... É que eu ouvi você falando que tá com dificuldade em bioquímica, que o professor é durão e eu acho que posso te ajudar nisso.
Sério? Pois fechou. Eu tô perdida nessa matéria.
Mas tem uma condição... – ele falou, deixando um pouco de suspense no ar. Ela fez uma expressão de surpresa e, depois de alguns segundos, fez um sinal para que ele prosseguisse. – Não é nada demais. É que você falou que gosta de comida japonesa e eu tava procurando uma companhia para ir num restaurante novo que inaugurou semana passada... – ele fez uma pausa. – E, então, você pode ir?
Cara, eu tava querendo mesmo ir nesse restaurante. Acho que você adivinhou meus pensamentos.
Tem mais uma coisinha... Você tem que me prometer que não vai se apaixonar por mim, viu? – ele disse sorrindo.
Essa é moleza – ela disse entre risos. – Deixa ver se eu entendi. Você vai me ajudar na matéria e ainda vai me levar num restaurante japonês... Cara, isso não é uma condição. É um presente.
No outro dia, eles estudaram na biblioteca da faculdade, ela estava compreendendo melhor a matéria e, em certo momento, ele pediu para fazerem uma pausa.
Precisamos combinar o dia que vamos no restaurante – ele disse e pegou na mão dela –, mas eu quero que saiba que não estou dando em cima de você – ele falava com um sorriso discreto no rosto e olhando profundamente nos olhos dela.
Por mim tudo bem – ela disse e se sentiu confusa, pois a expressão dele indicava o contrário. – Eu estou livre hoje à noite.
Hoje eu vou sair com uma amiga das antigas. Pode ser amanhã?
Ela disse que sim e ficou ainda mais confusa. Será que é só uma amiga mesmo? Essa dúvida surgiu na cabeça de Daiane.
Um dia depois, eles estavam no restaurante, conversando tranquilamente e, de repente:
E como foi ontem com sua amiga? – ela perguntou, tentando disfarçar sua curiosidade.
Que bom que você perguntou. Foi fantástico. A gente se divertiu demais. Fazia muito tempo que a gente não se via.
Então vocês são muito próximos... – ela disse, tentando arrancar discretamente mais alguma informação sobre essa amizade.
Ah, sim. Ela está morando em outra cidade, mas todo ano a gente dá um jeito de se ver.
E vocês são apenas amigos?
A pergunta saiu com um tom de voz que ela não desejava expressar. Ele a olhou com uma expressão de surpresa e deu um leve sorriso.
Por que você está tão interessada nisso?
Na verdade, não estou. Só quero entender essa amizade. Mas, se você não se sente à vontade pra falar, tudo bem – ela falou querendo jogar o desconforto pro outro lado.
Mais tarde te falo mais sobre isso. Tudo bem? – ele perguntou e fez uma pausa. – Eu estou com muita fome agora e quero comer, mas eu fico olhando os seus olhos e me desconcentro. Os seus olhos negros praticamente me deixam hipnotizados.
Ela sorriu e passou a mão no cabelo.
Agora parece que você está dando em cima de mim...
A gente não pode nem elogiar mais... – ele fez uma pausa e, segurando com uma das mãos na cintura dela, chegou bem próximo do rosto dela. – Eu já te disse pra não pensar isso.
Mas você me deixa confusa – ela falou baixinho. Eles estavam muito próximos, quase tocando os rostos, e ela não resistiu e o beijou. Ele sentiu o calor dos lábios dela e retribuiu o beijo de forma delicada e depois com intensidade.
Você ainda está confusa?
Acho que não... Mas e a sua amiga?
Relaxa. Ela é só uma velha amiga.


Vem me fazer feliz porque eu te amo.” Trecho da música Oceano de Djavan.

7 comentários:

  1. Oi, Diego! Tudo bem? Como sempre, adorei o texto! Gosto muito dessas histórias que você publica aqui! ^^

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Oie! Curti seu texto, você escreve bem! Seguindo aqui, segue la no RT tbm :3
    E vem conhecer o projeto Poetas Urbanos no meu blog! Espero que goste!
    http://resenhasteen.blogspot.com.br/2016/08/projeto-poetas-urbanos.html

    ResponderExcluir
  3. Olá, Diego.
    Adorei mais esse texto. E sabe que amo finais felizes, por isso amei hehe. Lembrei de Uma amor para recordar com essa parte de não se apaixonar hehe. Parabéns!

    Blog Prefácio

    ResponderExcluir
  4. Oi Diego, tudo bem?
    Que bom que deu tudo certo!
    Mas fiquei com medo que ele se mostrasse um cafajeste hahaha. :/
    Beijos,

    Priscilla
    Infinitas Vidas

    ResponderExcluir
  5. Hahaha Como sempre, um ótimo texto. Gostei da temática universitária no inicio do texto, uma pegada bem jovem e interessante. Fiquei feliz que deu tudo certo entre eles.

    Abraços,

    Blog Decidindo-se \o/

    ResponderExcluir
  6. Oi Diego, como vai?
    Passando pra agradecer a visita e dizer que tem post novo!
    Beijos,

    Priscilla
    Infinitas Vidas

    ResponderExcluir
  7. Oi Diego,
    Que fofa as história dos dois.
    Conquistou pela barriga hahaha esse foi esperto.

    tenha uma ótima quinta =D
    Nana - Obsession Valley

    ResponderExcluir

Suas palavras serão bem vindas. Muito obrigado por comentar.