quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Hora de decidir (caso)

Natalie era jovem, cursava o primeiro período do curso de Enfermagem e começou a se envolver amorosamente com Jorge, um rapaz um pouco mais velho. No começo, ele demonstrou ser romântico, conquistando-a com muita lábia, um buquê de flores e experiência.
Ela o achava divertido e despojado e eles se davam muito bem. Ela estava muito feliz, acreditando que Jorge poderia ser o homem da sua vida.
Passados dois meses, ela percebeu que sabia pouco da família dele e disse que queria conhecer seus futuros sogros, mas ele informou que eles moravam em outra cidade, bem distante.
Dias depois, ela notou que seus encontros eram geralmente rápidos e eles nunca dormiam juntos, pois ele alegava motivos profissionais, distância do trabalho, horário de entrada, viagens e acúmulo de tarefas. Ela lembrou que não podia mandar mensagens ou ligar para ele, pois ele tinha pedido que ele sempre iniciasse as comunicações.
Ela estava muito desconfiada e, após outro encontro, ela o observou lá fora conversando no celular após sair da casa dela.
Eu sei que tá tarde. Eu tava numa reunião – ele falava baixinho, mas Natalie conseguia ouvir. – Eu sei, eu sei. Amanhã recompenso você e os meninos, tá bom?
Ele desligou e, em seguida, viu Natalie surgir na frente dele.
Então você é casado…
Ele teve que admitir e, em seguida, começou a contar sobre os problemas do seu casamento, que ele foi forçado a se casar com sua esposa por causa da gravidez dela, que ela é fria e obsessiva, que há muito tempo quer se separar, mas seus filhos são muito pequenos…
Ele contou tantos problemas que Natalie chegou a ter pena de Jorge. O relacionamento deles continuou, mas ela estava insatisfeita em ser apenas a amante e começou a pedir que ele deixasse sua esposa.
Mas ele voltava a falar dos inúmeros problemas que teria caso a separação ocorresse agora. Ela tinha que esperar mais um pouco. E o tempo foi passando, mesmo com essa insatisfação constante.
Depois de quase oito meses de envolvimento, Natalie voltou a desconfiar de Jorge e o seguiu. Ao chegar na casa dele, ela viu que o casamento dele não era tão problemático como ele contava. Na verdade, o casal parecia muito feliz e apaixonado, pois ele foi recebido por sua esposa com muitos beijos e abraços, e a relação dele com os filhos parecia em perfeita harmonia.
Ela ficou extremamente triste e soube instantaneamente que deveria dar um fim no seu caso. Essa palavra veio na sua mente e ela se sentiu mal. Não queria ser amante, não queria separar uma família e, acima de tudo, não queria um mentiroso na sua vida.
No outro dia, Jorge foi até a casa de Natalie, mas ela nem sequer abriu a porta. Disse que estava acabado. Ele tentou argumentar com a sua melhor lábia, mas suas desculpas e mentiras não funcionariam mais.
Ela estava decidida. Sua vida mudaria a partir dali. Não olharia para trás. Seria feliz com alguém que a amasse de verdade. Ela chorou, sabendo que o tempo curaria suas feridas e desejando um futuro melhor.


Você não sabe o quanto dói pra mim ter que partir. Mas não aguento essa sua indecisão. Não me assume, mas também não abre mão.” Trecho da música Bobo fui eu, da dupla Zé Neto e Cristiano.



5 comentários:

  1. Oi Diego, tudo bem?
    Que boy lixo esse Jorge, hein?
    Mas não falta gente assim no mundo, infelizmente. :(
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  2. Oi, Diego!
    Passando pra agradecer a visita e avisar que tem post novo. =)
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  3. Oi Diego,
    Ótimo texto e reflexão. As mudanças estão sempre em nossas mãos e no caso da traição, nunca tem final feliz.

    tenha uma ótima terça
    Nana - Canto Cultzíneo

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  4. Oi, Diego! Tudo bem? Muitas vezes ficamos como Natalie, até que uma hora nos decidimos e BUM, as coisas começam a ir para frente. Dói, mas é necessário. Adorei o texto! <3

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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  5. Olá, Diego.
    Infelizmente essa é a situação de muitas mulheres. São enroladas pro homens que "estão se separando" e vivem sendo a outra a vida inteira. Ainda bem que aqui ela acordou logo. Parabéns pelo texto.

    Prefácio

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