No começo da noite, Daniel disse: oi, sumida.
Dias atrás, Valentina teria achado o máximo, ficaria muito animada e responderia o mais rápido possível, já imaginando que eles se encontrariam naquela noite.
Eles já estavam se envolvendo há um ano. Logo no início, ele disse que não queria nada sério, nada de compromisso, namoro nem nada parecido. E ela aceitou numa boa e até gostou desse tipo de envolvimento. Afinal de contas, ela não teria que dar satisfação do que estava fazendo, pra onde iria, com quem estava. E ainda teria alguém pra ficar quando quisesse. Parecia perfeito.
Mas, depois de dois meses, ele começou a aparecer num dia e sumir durante quinze dias ou mais e o que parecia perfeito começou a não ser mais suficiente. Ela queria mais, mas continuou se envolvendo com ele, mesmo expondo seus sentimentos (não correspondidos por ele, que fingia que nada tinha escutado) e sabendo que aquilo não estava lhe fazendo bem.
Naquela noite, porém, ela disse que ele que tinha sumido e agora ela que ia sumir. Disse adeus. Até nunca mais.
Ela foi curta e grossa. Poderia até nem ter respondido, deixado ele no vácuo, mas ela preferiu ser clara e sincera pra não deixar margem para ele fingir que não entendeu.
Ela cansou de esperar ele aparecer depois de tanto tempo e de mendigar por migalhas. Colocou um pouco de vergonha na cara, amor-próprio no peito e mandou ele pastar.
Sabia que o seu coração poderia ficar despedaçado por um tempo, mas ninguém morre de amor, né? O tempo vai curando e os pedaços vão se juntando, e um novo amor vai surgir.
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“Quando eu olho, você já sumiu. Meu mundo desaba e a ficha caiu. Tô sozinho chorando, sofrendo, por sua ausência. De repente, você aparece e o coração não obedece. […] E quando eu começo a gostar aí você some, nem lembra o meu nome. Depois volta querendo somar. Desculpe, desse jeito assim não dá”. Trechos da música Ou some ou soma, da dupla Jorge e Mateus.
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