quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Preconceito

Clara havia acabado de sair do banco. Tinha passado exatos quarenta e cinco minutos pra pagar uma conta atrasada, que só poderia pagar ali. Ela ainda não entendia por que tinha que esperar tanto tempo pra pagar uma conta, afinal era ela cliente e o credor é que deveria estar correndo atrás do dinheiro, facilitar a forma de pagamento e o tempo de pagamento.
Mas ela já até tinha esquecido isso, quando entrou numa loja de roupas, querendo comprar o vestido que ela sonhava havia alguns dias. Nesse momento, apareceu uma moça, uma vendedora cheia de sorrisos.
Clara foi direto ao vestido. Ela já sabia o preço, mas perguntou mesmo assim.
- Trezentos e cinqüenta reais – disse a vendedora, sem dar muito crédito à Clara, talvez por que Clara não estivesse bem vestida, ou por que Clara fosse negra ou simplesmente por que aquele vestido era o mais caro da loja.
- Qual é o desconto? – perguntou Clara, sabendo que não teria nenhum desconto.
- Esse é o preço para pagamento à vista ou no cartão – disse a vendedora, já olhando para a madame que chegava toda arrumadinha, olhando as primeiras peças da loja. – Enquanto você escolhe, vou atender aquela mulher – disse, demonstrando uma certa insatisfação por atender Clara, como se soubesse que ela não pudesse comprar nada.
- Espere. Eu já escolhi. Eu quero esse vestido. Onde posso experimentar?
A vendedora, meio surpresa, indicou o vestuário e saiu rapidamente para auxiliar a madame. A madame olhava de tudo e ia selecionando vários itens para experimentar. Experimentou vários e não comprou nenhum.
Então, Clara, que demorou no vestuário porque estava visualizando o vestido em todas as possíveis, saiu do vestuário e disse para a vendedora que o vestido estava perfeito. Queria levá-lo. Ia pagar com o cartão de crédito.
A vendedora demorou para acreditar quando percebeu que o cartão tinha saldo suficiente. Olhou novamente para Clara, surpresa e desnorteada, e lhe entregou o vestido.
Clara saiu da loja quase chorando. Só não chorou por que já havia passado por situações piores.
A vendedora sentiu-se estranhamente vazia, cheia de preconceitos. Teve vontade de chorar.

"Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante". Racismo é burrice - Gabriel, o pensador.

16 comentários:

  1. Enquanto a cor importar, o mundo sempre entrará em guerras.
    Preconceito é coisa de gente pequena, sem inteligência e sem nada.

    Adorei (:

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  2. se eu fosse ela nem teria comprado .. só pela forma qe foi tratada =x

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  3. Esse mundo está cheio de preconceitos, infelizmente.
    :]

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  4. O preconceito me enoja, faz pessoas excluirem outras que nem ao menos tem culpa de ser o que são. Não existe raça. Há seres humanos, racionais, eu espero, porque para pensar em uma desigualdade sem nexo dessas só um animal sem alma mesmo. Confesso que acho lindo pessoas exoticas, misturadas, diferentes.

    Um beijo.

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  5. Diego, meu caro, teu blog é unico, sempre. Gosto da forma que escreves, pois causa sempre reflexão em nós. Poderia me seguir no Apimentário? é que assim te sigo mais de perto, não te perco de vista e venho aqui mais vezes.

    Grato pelo comentário em meu blog, apareça!

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  6. Nem é a primeira vez que tuh me impressiona com cada texto *--*
    cara e de pensar que o mundo é cheio disso e quando menos espera isso pode acontecer com a gente ! pela roupa, pela cor,o nome da musica que tuh colocou ja diz tudo 'RACISMO É BURRICE' e é criime, acho que um dos piores ;x

    Diegoo tava sem tempo um trabalho atras do outro mais estou de volta , haha² .. pra babar mais ainda os teus textos !
    Beeeeeeeeeijos <3

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  7. A vendedora podia ter chorado ! Um dia ela poderia sentir a mesma coisa que Clara passou.

    Obrigada por seguir o blog :)
    Gostei do teu também, tô seguindo.
    :D

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  8. Lindo texto ..parabéns ;
    i o preconceito é uma burrice. gente sem conteúdo
    Bjão

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  9. Cara,
    que texto incrível! você disse tudo de uma forma simples e boa.

    entre todos gostei do poema "encontro",
    daria uma bela canção...

    abraços,
    e voltarei logo...

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  10. nooossa, ontem eu estava comentando sobre casos assim com as meninas aqui do trabalho ;O
    acho que temos uma ligação telepática (?)

    eu já trabalhei em duas lojas, mas eu nunca fiz isso, até mesmo porque já haviam feito comigo dantes e eu nunca que quis pagar o mal com o mal. esse preconceito ridiculo vai sempre existe, porque os seres humanos tem mania de pensar que são melhores do que o outro u.u

    beeijas di ;*

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  11. Espetacular. Adorei Dyego.
    Em pensar que as pessoas levam mais em consideração as roupas, o modo de vestir, do que o valor das pessoas.
    Já aconteceu isso comigo uma vez, gosto de andar de havaianas e fui comprar em uma loja, as vendedoras não me atenderam então, eu comprei e disse ao gerente que não havia sido atendida por nenhuma, já que elas recebem por comissão. Troco é troco!

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  12. Essa vendedora não está sozinha.
    Há muitos nesse mundo, que agem como ela.
    Que pensam como ela, e eu inclusive, ja fui
    "vitima" de precoceito parecido.

    Você tem que ser forte pra não se deixar abalar.
    Clara foi sábia, por ter ficado magoada e ainda assim comprar o vestido.
    Eu tbm compraria, e daria gorgeta a vendedora rsrs

    Adorei o texto Diego.
    Bom finzinho de semana.

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  13. pior é que situações como essas sempre existiu e pelo visto sempre vai existir :/

    sempre jugamos o livro pela capa, nem abrimos ao menos pra ver o conteudo, e quando nos tocamos doa burrice(se isso acontecer) já é tarde :/

    adorei o texto ^^

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  14. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. e amigos o precomseito e uma desgrasa eu porezenpro eu não vivo a vida que queria porque so por causa do precomseito como pode uma pesoa viver sim mais um dia isso vai acabar porque os tempois esta prosimo e eu esto esperano que isso acomtesa logo ae vai acabar tudo isso?..viver asim não dar eu preferia não ter na cido se fose pra viver asim o mundo cheu de o dio um abçç para tudo que lei

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