Marina estava andando na calçada, quando um carro que estava
passando na rua encostou e o motorista perguntou se ela queria uma
carona. Ela respondeu que não queria e continuou andando. Ele,
então, pediu o número do telefone dela e ela fez que não com a
cabeça e ele então continuou seu caminho.
Mais na frente, ela passou por um grupo de rapazes, sentados na porta
de uma casa, jogando conversa fora. Um deles assobiou, outro gritou
“vem cá, meu bem”, e outro, mais grosseiro, disse “ô, lá em
casa”. Ela fingiu que não ouviu e continuou andando.
Pegou o ônibus e, como estava lotado, as pessoas se encostavam umas
nas outras, e um espertinho chegou perto dela e quis se aproveitar da
situação para ficar encostado no bumbum dela, que só percebeu a
astúcia do malandro, quando sentiu que ele estava ficando excitado.
Ela, assustada, saiu com dificuldades dali para um local com mais
mulheres.
Chegando ao local de trabalho, seu patrão logo disse que ela estava
muito bonita e, numa conversa reservada, falou que se ela quisesse
uma promoção na empresa, bastaria que “saísse” com ele. Ela
gentilmente recusou a oferta, embora se sentisse mal com a situação.
À noite, na faculdade, seu professor lhe disse que poderia ajudar na
nota escolar, se ela lhe desse “algo” em troca. Mais uma vez, de
forma gentil, ela recusou a ajuda, embora se sentisse enojada.
Após um dia péssimo e de passar por mais um assédio na volta pra
casa no ônibus ao ser puxada pelo cabelo, ela finalmente estava no
condomínio onde morava sozinha, quando um vizinho casado a avistou e
lhe perguntou pela décima vez se eles poderiam sair. Ele estava cada
vez mais insistente e grosseiro, apesar das recusas dela.
Marina não era nenhuma panicat, tinha um corpo até
considerado magro, vestia-se de forma elegante, sem roupas curtas ou
muito coladas. Por essa razão, não entendia a razão de tanto
assédio.
Seu dia estava péssimo e ela estava a ponto de chorar, quando ligou
para sua mãe e, depois de desabafar e de ouvir alguns conselhos,
acalmou-se e decidiu que não iria se sentir mal porque estava agindo
corretamente, de acordo com seus princípios.
Infelizmente, ela sabia, essa era uma rotina na vida de várias
mulheres, que já passaram pelo menos uma vez por uma situação
semelhante.
Amanhã é outro dia, ela pensou e desejou que tudo mudasse.
“Quando eu passo você olha, assobia faz fiu fiu. Todo dia, toda
hora, vai pra puta que pariu.”. Trecho da música Fiu Fiu,
da banda Filarmônica de Pasárgada.
Oi Diego! Que conto bacana, super atual e é sempre bom a gente falar do assunto assedio porque parece que algumas pessoas insistem em se fazer de surdos!
ResponderExcluirGostei! parabéns!
Bjs, Michele
Notas de Rodapé
Oii
ResponderExcluirMuito legal o texto, como sempre!
www.ooutroladodaraposa.com.br
Olá, Diego! Tudo bem?
ResponderExcluirAdorei o texto! Retratou muito bem a realidade que muitas mulheres passam dia após dia em nosso país e em todo mundo. Até quando elas terão que suportar esse tipo de ação de nós homens, eis a pergunta...
Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/
Oi Diego, tudo bem?
ResponderExcluirEsse tema é muito pertinente, é de suma importância que todos falem mais sobre isso. É complicado ser mulher, o medo está sempre presente. Mas não podemos deixar de lutar pela nossa liberdade e nossos direitos. Assédio é uma merda.
Beijos,
Priscilla
Infinitas Vidas
Olá, Diego.
ResponderExcluirÓtimo seu texto. Infelizmente essa é a rotina de muitas mulheres. E ainda se acham no direito de fazer o que fazem por causa de alguma roupa que a mulher esteja vestindo. Eu já passei por diversas situações dessas que você citou e não me senti nem elogiada nem desejada, pelo contrário, senti nojo. Por mais textos como ops eu, parabéns!
Blog Prefácio
Oi Diego tudo bem? Gostei do seu texto! Infelizmente o assedio e algo que existe e e muito sério!
ResponderExcluirVocê argumenta muito bem!
http://bookmoda123.blogspot.com
Oi Diego,
ResponderExcluirÓtimo texto e bem atual.
A mão chega a tremer pra pegar uma metralhadora nessas horas.
tenha um ótimo final de semana =D
Nana - Obsession Valley
Olá,
ResponderExcluirInfelizmente essa cena se repete diversas vezes com diversas mulhres, o que é simplesmente revoltante. Muito bom o texto.
Beijos.
Nasci Gabriela - www.nascigabriela.com.br
Nossa! Amei!
ResponderExcluirMuito real! Infelizmente tem uns babacas neste mundo que não sabem o que é respeito. Espero que aprendam com este texto.
Beijos!
umlugarparaleresonhar.blogspot.com.br